sábado, 4 de abril de 2015

LIÇÃO 01 – O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS

  Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000       Fone: 3084 1524

LIÇÃO 01 – O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS
(Lc 1.1-4)

INTRODUÇÃO
            A lição do segundo trimestre de 2015 tem como título: Jesus, o Homem Perfeito – O Evangelho de Lucas, o médico amado, onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas no Evangelho de Lucas - o terceiro livro do NT. Nesta primeira lição, traremos importantes informações sobre a autoria, propósito, destinatário, tema do livro, contexto e data. Destacaremos características específicas do evangelho segundo Lucas; e, por fim, pontuaremos os três aspectos da contribuição lucana para a Igreja de Cristo.  

I – INFORMAÇÕES SOBRE O TERCEIRO EVANGELHO

1.1 Autoria. Embora o nome de Lucas não conste, explicitamente nas páginas do evangelho que leva o seu nome, as evidências disponíveis tendem a concordar e confirmar a tradição. Clemente de Alexandria, Tertuliano, Orígenes (pais da igreja) o identificam como autor deste evangelho.  Eusébio, historiador da igreja, escreveu: “Lucas, natural de Antioquia, médico de profissão, fora companheiro de Paulo por longo tempo e conhecia os demais apóstolos. Ele nos deixou em dois livros divinamente inspirados, a saber o Evangelho e Atos” (EUSÉBIO, apud, HENDRIKSEN, 2003, p. 24). Ainda “de acordo com a tradição, Lucas era um gentio. O apóstolo Paulo parece confirmar isso quando distingue Lucas daqueles que eram “da circuncisão” (Cl 4.11, 14). Isso faria de Lucas o único gentio que escreveu livros da Escritura. Ele é responsável por uma porção significativa do Novo Testamento, tendo escrito tanto o Evangelho quanto o livro de Atos (Lc 1.1-4; At 1.1-3). Muito pouco se sabe sobre Lucas. O apóstolo Paulo se refere a Lucas como médico (Cl 4.14). Eusébio e Jerônimo o identificam como natural da Antioquia da Síria (o que pode explicar por que muito do livro de Atos é centrado em Antioquia (At 11.19- 27; 13.1-3; 14.26; 15.22-23,30-35; 18.22-23). Lucas foi companheiro constante do apóstolo Paulo, ao menos no tempo entre a visão sobre a Macedônia (At 16.9-10) até a época do martírio do apóstolo (II Tm 4.11)” (MACARTHUR, 2011, p. 5 – acréscimo nosso).

1.2 Propósito do Autor e destinatário. Parece que muitas pessoas haviam escrito a respeito de Jesus e sua vida admirável, talvez de maneiras incompletas e contraditórias; e Lucas desejava suprir uma narrativa em ordem e digna de confiança para Teófilo (cujo nome significa literalmente “que ama a Deus”) (Lc 1.1-4). “Essa designação, que pode ser um apelido ou um pseudônimo, é acompanhada por um tratamento formal “excelentíssimo” possivelmente significando que “Teófilo” fosse um renomado dignitário romano, talvez um dos que haviam se voltado para Cristo “da casa de César” (Fp 4.22)” (MACARTHUR, 2011, p. 6). O fato de Lucas ter dado o mesmo título a Teófilo que deu depois a Félix (At 23.26; 24.3) e Festo (At 26.25), indica que Teófilo era uma personagem de posição e influência. “É possível também que Teófilo não fosse o único destinatário porque Lucas pode ter tido o interesse de suprir um evangelho em ordem e completo para leitores não judeus. E Lucas também desejava apresentar um Salvador universal, um grande e compassivo Médico, Mestre e Profeta, que viera aliviar os sofrimentos humanos e salvar as almas dos homens” (CHAMPLIN, 2004, vol. 3, pp. 909,910 – acréscimo nosso). “Orígenes afirmava que o Evangelho de Lucas foi escrito “por amor aos conversos gentílicos” (HENDRIKSEN, 2003, p. 36).    

1.3 Tema do livro. “Enquanto João trata da divindade dAquele que tornou-se homem, Lucas ressalta a humanidade dAquele que é divino. A frase chave é o “Filho do homem” (Lc 5.23; 6.5,22; 7.34; 9.22,26,44,56,58). O versículo chave é: “O Filho do homem veio para buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). É com esse intento, de destacar Jesus como Filho do homem, que Lucas narra os eventos, salientando a humanidade de Jesus. Sua genealogia é traçada até Adão (Lc 3.23-38). É esse Evangelho que registra mais detalhadamente os eventos na vida de Sua mãe, do Seu nascimento, da Sua infância e da Sua mocidade. São as parábolas de Lucas que têm mais cor humana. Contudo Lucas não se esquece, de forma alguma, da superabundante glória da divindade e da majestade de Jesus Cristo (Lc 1.32-35)” (BOYER, 2011, vol. 02, p. 16 – acréscimo nosso).

1.4 Contexto e Data. O lugar da composição deste evangelho tem de ser deixado na área das hipóteses, porquanto não temos qualquer evidência certa a esse respeito. “Embora a tradição antiga associe Lucas a Antioquia da Síria, não, poderíamos afirmar que, só por isso, Lucas ali escreveu o seu evangelho. As cidades de Roma, Éfeso e Corinto também têm sido sugeridas. Quanto a data alguns crêem que há evidências que indicam que esse evangelho foi escrito após a destruição de Jerusalém, o que também é verdade quanto ao evangelho de Mateus, o que o situaria entre 70 e 80 d.C., como data de sua autoria. Todavia, pode ter precedido a esse acontecimento; e, nesse caso, poderia ser situado entre 60 e 70 d.C. Lucas teve contatos constantes com Marcos (Cl 4.10,14; Fm 24; At 12.12,25; 13.13; 15.37,41; II Tm 4.11-13), pelo que teve acesso ao seu evangelho, provavelmente pouco tempo depois de haver sido completado” (CHAMPLIN, 2004, vol. 3, p. 909 – acréscimo nosso).
      II – CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO EVANGELHO CONFORME LUCAS

CARACTERÍSTICAS
REFERÊNCIAS
O evangelho
detalhista
O Evangelho segundo Lucas é a narrativa mais completa da vida de Jesus que veio até nós proveniente da era apostólica. Teve a intenção de ser uma descrição minuciosa do curso da vida do Salvador. É ele quem descreve o nascimento e a infância de Jesus Cristo e de Seu precursor (Lc 1.5-25; 2.26-45).
O evangelho
da oração
Lucas disse mais sobre a oração do que qualquer outro Evangelista. Ele mostra Jesus em oração nos momentos mais importantes da sua vida. Somente Lucas nos relata as parábolas do “Amigo importuno”  (Lc 11.5-13), do “Juiz Iníquo” (Lc 18.1-8), e do “Fariseu e o Publicano” (Lc 18.9-14) que visam estimular a prática da oração.
O evangelho que ressalta as mulheres
Lucas em seu Evangelho dá um lugar muito especial à mulher. O relato do nascimento é dado do ponto de vista de Maria (Lc 2.26,27). Em Lucas nós lemos a respeito de Isabel, de Ana, da viúva de Naim, da mulher que lavou os pés do Jesus na casa do Simão o fariseu (Lc 1.5,6; 7.12,37). É Lucas o que nos faz vívida a imagem de Marta e Maria e de Maria Madalena (Lc 10.38-40; 24.10).
O evangelho
do louvor
Neste evangelho a frase louvando a Deus aparece com mais frequência que em todo o resto do Novo Testamento. Este louvor alcança seu ponto culminante nos três grandes hinos que Lucas registrou:             o Cântico de MariaMagnificat (Lc 1.46-55), o Cântico de ZacariasBenedictus (Lc 1.68-79); e o Cântico de SimeãoNunc Dimittis (Lc 2.29-32).
O evangelho
das parábolas
(1) Os dois devedores (Lc 7.41-43), (2) O bom samaritano (Lc 10.25-37), (3) O amigo importuno (Lc 11.5-8), (4) O rico insensato (Lc 12.116-21), (5) Os servos vigilantes (Lc 12.35-40), (6) O mordomo (Lc 12.42-48), (7) A figueira estéril (Lc 13.6-9), (8) A grande ceia (Lc 14.16-224), (9) A construção de uma torre (Lc 14.28-33), (10) A moeda perdida (Lc 15.8-10), (11) O filho perdido (Lc 15.11-32), (12) O administrador infiel (Lc 16.1.13), (13)  O senhor e seu servo (Lc 17.7-10), (15) A viúva importuna (Lc 18.1-8), (16) O fariseu e o publicano (Lc 18.10-14), (17) As dez minas (Lc 19.12-27).
O evangelho
universal
A característica mais proeminente de Lucas é que seu evangelho é universal. Jesus é para todos os homens sem distinção. O reino dos céus está aberto para os samaritanos (Lc 9.51-56). Ele mostra Jesus falando dos gentios a quem os judeus ortodoxos consideravam impuros, citando à viúva da Sarepta e a Naamã o sírio como exemplos de fé (Lc 4.25-27). Elogia o centurião romano por sua fé (Lc 7.9). E, ainda destaca as palavras do Mestre a cerca da inclusão dos gentios no Reino de Deus (Lc 13.29).

III – A CONTRIBUIÇÃO LUCANA SOB DIVERSOS ASPECTOS

3.1 Lucas como escritor. “Como historiador Lucas é um escritor extremamente cuidadoso. Os primeiros quatro versículos proclama que seu trabalho é o produto de uma investigação esmerada” (BARCLAY, p. 5 – acréscimo nosso). Ao escrever este evangelho ele fala que: (1) o evangelho é um fato não um mito ou uma lenda (Lc 1.1-b); (2) diz também que fez uma pesquisa de campo, entrevistando as testemunhas oculares (Lc 2.2-a); (3) discorre ainda a história de forma ordenada, não sem nexo (Lc 3.1-a); e (4) tinha a finalidade de dar fundamentação histórica a fé cristã (Lc 1.4).

3.3 Lucas como médico. Paulo se refere a Lucas como médico (Cl 4.14). Sem dúvida, Ele teria sido uma verdadeira ajuda para o apóstolo em suas aflições, algumas das quais eram de caráter físico. O interesse de Lucas por questões médicas é evidente pelo grande destaque que ele dá ao ministério de curas de Jesus (Lc 4.38-40; 5.15-25; 6.17-19; 7.11-15; 8.43-47, 49-56; 9.2,6,11; 13.11-13; 14.2-4; 17.12-14; 22.50-51). Vejamos ainda o recorte que Lucas dá aos detalhes das enfermidades: Lucas 4.38 com Mateus 8.14 e Marcos 1.30 (a natureza ou grau da febre da sogra de Pedro); Lucas 5.12 com Mateus 8.2 e Marcos 1.40 (a lepra); e Lucas 8.43 com Marcos 5.26 (a mulher e os médicos).

3.3 Lucas como missionário. Lucas, mais do que qualquer outro dos evangelistas, destacou o âmbito universal do convite do evangelho. Ele retratou Jesus como Filho do Homem, rejeitado por Israel, e então oferecido ao mundo. Lucas repetidamente conta relatos de gentios, samaritanos e outros personagens tidos como indignos que encontraram graça aos olhos de Jesus (Lc 7.36-50; 19.1-10; 23.43).

CONCLUSÃO          
            Ao estudarmos o evangelho conforme Lucas, aprendemos que Deus ama judeus e gentios e que Cristo é o Salvador de todo aquele que crê independente de cor, raça, sexo, condição social. Esta é a principal verdade que Lucas desejou dizer a Teófilo e ao mundo.  

REFERÊNCIAS


·         BOYER, Orlando. Espada Cortante. CPAD.
·         CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento.  CULTURA CRISTÃ.
·         MACARTHUR, John. Lucas: Jesus – o Salvador do Mundo. CULTURA CRISTÃ.
·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/

0 comentários:

Postar um comentário