Igreja Evangélica
Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo
Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084
1524
(Êx
20.14; Dt 22.22-30)
INTRODUÇÃO
O sétimo
mandamento do Decálogo “não adulterarás” tem como principais
objetivos a pureza do matrimônio e a proteção da família. Nesta lição
analisaremos este mandamento; veremos o que a Bíblia nos diz sobre o adultério
tanto no AT quanto no NT; destacaremos alguns tipos de adultério e qual o plano
original de Deus quanto ao casamento; e, por fim, quais as atitudes que devemos
tomar para evitar esta obra da carne.
I – O SÉTIMO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
O quinto
mandamento protege a inviolabilidade do lar (Êx 20.12); o sexto defende a
sacralidade da vida (Êx 20.13), já o sétimo “Não adulterarás” a
sacralidade do casamento (Êx 20.14). “A palavra
adultério vem do latim, adulterium, que tem o sentido de
“dormir na cama alheia”. É a relação sexual entre pessoa casada, com outra que
não é o seu cônjuge” (RENOVATO, 2013, p. 69). Este mandamento tem como objetivo a abstenção de toda impureza da carne e ainda exorta para
conservação do leito sem mácula, isto é, o amor conjugal e a coabitação. Ele
visa proteger o matrimônio por ser uma
instituição sagrada instituída por Deus. Esta prática nociva se constitui num
pecado contra Deus, contra si mesmo e contra o próximo (Gn 39.9; I Co 6.18; Rm
13.9). A pena capital para o adultério era a morte (Lv 20.10).
II - O ADULTÉRIO À LUZ DA BÍBLIA
“O adultério é um pecado
gravíssimo aos olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. A
sociedade sem Deus, relativista e hedonista, não o vê como algo pecaminoso, e
sim, como tendência natural do ser humano, que, segundo interpretação da teoria
da evolução, o homem é polígamo por natureza, seguindo o exemplo de certos
animais. No entanto, a visão cristã passa pelas lentes fortes e cristalinas da
Palavra de Deus, que considera a infidelidade conjugal como vergonhosa traição
aos princípios sagrados, estabelecidos por Deus para o casamento” (RENOVATO,
2013, p. 67). Abaixo destacaremos o que a Bíblia diz sobre esta prática
pecaminosa:
2.1 No Antigo Testamento. O mandamento “Não adulterarás” faz parte do
Decálogo e foi dado ao povo de Israel a fim de
preservar a santidade do lar (Êx 20.14; Dt 5.18). É interessante destacar que “também está envolvida a
questão da herança da família e a preservação da pureza tribal. Finalmente, o
próprio ato era considerado um crime sério, um ato de contaminação (Lv 18.20).
Por esse motivo, era imposta a pena de morte, envolvendo a execução de ambos os
culpados (Êx 20.14; Lv 20.1). A pena de morte mostra que as sociedades antigas encaravam o
adultério não meramente como um ato privado errado, mas que ameaçava o
arcabouço do lar e da sociedade” (CHAMPLIN,
2004, vl. 01, p. 66). Infere-se
que passagens como Levítico 20.10-21, que tratam de comportamentos sexuais proibidos, sejam simplesmente uma extensão da
lei sobre adultério.
2.2 No Novo Testamento. Os ensinamentos neotestamentários seguem o mesmo padrão
veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl
5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma
como fez para outros mandamentos (Mc 10.19; 18.20), incluindo até o desejo de
cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Pedro fez
semelhante declaração “Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando
de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na
avareza, filhos de maldição” (II
Pe 2.14). O apóstolo Paulo acrescentou que o adultério é uma obra da carne e
que os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm
1.29-32; I Co 6.10; Gl 5.21). Confira também (Ap 22.15).
III – TIPOS DE ADULTÉRIO
A violação
do sétimo mandamento, pode se dar pelo menos de três formas:
TIPOS DE ADULTÉRIO
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DEFINIÇÃO
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REFERÊNCIAS
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Adultério físico
|
Intercurso carnal entre uma pessoa
casada com outra que não seja o seu cônjuge.
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Êx 20.14; Lv 20.10; Dt 5.18; Mt 5.27;
19.18; Rm 13.9; I Co 6.9
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Adultério em pensamento
|
Neste o adultério não se dá de forma
física, mas mental, através de pensamentos imorais dirigidos a alguém.
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Gn 6.5; Pv 6.18; Mt 5.17; II Pe 2.14
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Adultério virtual
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Este é cometido quando alguém casado
alimenta-se com cenas pornográficas na
TV ou na Internet com conversas maliciosas com o sexo oposto.
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Sl 101.3; Pv 7.10-23; Fp 4.8; I Ts 5.22
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IV - O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO
SEGUNDO A BÍBLIA
Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado deve ter como
base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. Ela nos
mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para o casamento. Vejamos abaixo:
4.1
União heterossexual (Heteros =
diferente) + (sexual = sexo).
O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja,
entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer
união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se
constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o
objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática
homossexual não pode cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28), Paulo diz que
tal comportamento é: (1) “contrário à natureza”; (2) “sentimento
perverso” e (3) “coisas que não convêm”.
4.2
União Monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de
dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo,
Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e
espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão
ambos uma carne” (Gn 2.24).
4.3 União
indissolúvel. A Sagrada Escritura
nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e
apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no
hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”.
Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq
traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de
“lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um
objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia
nos atestam a indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-se-á à sua
mulher” (Gn 2.24-b); Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e,
Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada
pela lei” (Rm 7.2).
4.4 União monogâmica
(mono = um) + (gamós = casamento).
Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só
mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento
(Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada
um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2). A monogamia foi ensinada como um
preceito moral contra o adultério “Não cobiçarás... a mulher do teu
próximo (singular)”. Isso traz implícito que o próximo só poderia ter
uma esposa legítima.
V – COMO EVITAR O ADULTÉRIO
Vigilância,
oração e meditação na Palavra de Deus são os recursos mais importantes para
quem deseja vencer toda e qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no
que diz respeito a sedução do adultério, existe outros cuidados que o casal
deve tomar. Vejamos:
·
Evitando conversas
íntimas com pessoas do sexo oposto (I Co 15.33);
·
Ocupando a mente com o que é proveitoso (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3);
·
Afastando dos olhos
aquilo que pode levar a pessoa a alimentar o pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt
6.22,23);
·
Mantendo-se longe de
pessoas cujo comportamento está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co 5.11);
·
Mortificando a carne e
andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18);
·
Abstendo-se do ato
sexual com o cônjuge apenas
por consentimento mútuo e por tempo determinado (I Co 7.5);
·
Mantendo o cônjuge
satisfeito(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
·
Observando a Palavra
de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
·
Orando e vigiando sempre
(Mt 26.41).
CONCLUSÃO
Após a Queda do homem no
Éden, a perversão sexual passou a fazer parte da história do ser humano, e, por
esta razão, Deus condenou as práticas sexuais ilícitas na Bíblia sagrada.
Dentre elas, encontra-se o adultério, que é a relação sexual com pessoa que não
seja o cônjuge. O Senhor proibiu terminantemente esta prática no decálogo,
visando a pureza
do matrimônio e a proteção da família.
REFERÊNCIAS
·
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico.
CPAD.
·
LOPES, Hernandes
Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
·
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
·
RENOVATO, A Família Cristã
e os ataques do inimigo. CPAD
·
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
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