Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton
José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 –
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(Êx 20.18-22,24; 24.4,6-8)
INTRODUÇÃO
A
lição do primeiro trimestre de 2015 tem como título: A Lei de Deus –
Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança, onde teremos
a oportunidade de estudar treze lições baseadas nos Dez Mandamentos. Nesta
primeira lição, definiremos a palavra Decálogo usada acerca dos Dez
Mandamentos; destacaremos algumas características da Lei que a faz mais sublime
que qualquer outra legislação; e, por fim, veremos cada mandamento e a sua devida
explicação e aplicação tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
I
– O DECÁLOGO: OS DEZ MANDAMENTOS
Essa palavra vem do grego
“deka” dez e “logos” palavra, ou seja, “dez palavras”. “Esse é um titulo usado
para indicar os Dez Mandamentos. Esses mandamentos, dados por Deus a Moisés, no
monte Sinai, tornaram-se a base da legislação
levítica. Uma das mais duradouras legislações de todos os tempos. Em sua forma mais familiar, esses mandamentos acham-se em Êxodo 20:2-17.
O decálogo é mais que um código de leis. Antes,
é a base do pacto teocrático (governo de Deus) que separou o povo de Israel
como um veículo do favor divino, como um elemento através do qual a mensagem
espiritual haveria de ser transmitida. Os inúmeros preceitos que aparecem em
seguida, governando cada aspecto da vida diária,
ensinam-nos que Deus está atento a todos os aspectos da nossa vida. Esse
elaborado sistema tinha o intuito de governar a vida física dos israelitas, mas
também tinha funções educativas. O próprio decálogo estabelece alguns
princípios perfeitamente éticos, cuja aplicação pode ser vasta e abrangente” (CHAMPLIN,
2004, pp. 25,125 – acréscimo nosso).
II
– CARACTERÍSTICAS DA LEI
2.1
Origem divina (Êx 20.1). Embora
muitas vezes a Lei do Senhor dada através de Moisés seja chamada de Lei de
Moisés (Js 8.31; I Rs 2.3; Ed 7.6; Lc 2.22;24.44; I Co 9.9); o registro do
capítulo 20 do livro do Êxodo nos mostra que Deus é a origem da Lei. “Durante
todas as negociações entre israelitas e egípcios, quando os primeiros eram
escravos dos últimos, o papel de Moisés era, antes de mais nada, o de mediador.
Deus não falou com Faraó, mas mandou Moisés lhe falar. Ele continuou nesse
papel durante a Páscoa “Falai a toda a congregação de Israel” (Êx
12.3) e o êxodo “Fala aos filhos de Israel” (Êx 14.2). No Sinai,
sua função continuava sendo a de transmitir a palavra de Deus ao povo “Estas
são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6). Por outro
lado, na revelação do Decálogo esse aspecto foi omitido. Moisés ouviu
juntamente com o povo, ao qual Deus falou de modo direto (Êx 20.1). Essa é uma
forma de a Bíblia nos dizer que, quando lemos o Decálogo, estamos frente a
frente com a excelência da vontade de Deus para seus seguidores, no que diz
respeito a estilo de vida e compromisso moral. Observe a sequência aos Dez
Mandamentos: “eu falei convosco desde os céus” (Êx 20.22), não do
Sinai (HAMILTON, 2007, p. 215 – acréscimo e grifo nosso).
2.2 Princípios imutáveis (Êx 24.12).
A
Lei foi escrita em tábuas de pedra pelo próprio Deus. “Nos países orientais, a
pedra simbolizava a perpetuidade da lei, ali contida. As tábuas de pedra
estavam escritas em ambas as faces, indicando quão completa era aquela
legislação. Subsequentemente, as tábuas de pedra foram guardadas no lugar
sagrado do tabernáculo, salientando o ato e a importância da revelação divina”
(CHAMPLIN, 2004, p. 125).
2.3
Objetivos definidos. Todo o povo precisa ter leis, e até as tribos mais primitivas contam com
sua legislação, formal ou informal. Com o povo de Israel não podia ser diferente.
Deus revelou sua Lei para os israelitas no Sinai (Êx 20.1,2). A Lei era
necessária por pelos menos três motivos:
2.3.1 Proporcionar uma norma moral para os
redimidos. A Lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (Êx
19.4-6; 20.1-17) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos
seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A Lei não foi dada como um meio de salvação para
os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação
com Deus (Êx 19.4; 20.2) a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que
pudesse realizar o propósito de Deus (Êx 19.6). Logo, a revelação foi dada “não
para dar, mas para orientar a vida”
(Lv 20.22,23).
2.3.2
Demonstrar a natureza e o caráter de Deus. A Lei expressava a natureza e o caráter de Deus, isto é, seu amor,
bondade, justiça e repúdio ao mal, e sobretudo que o Deus de Israel é Santo (Lv
11.44,45; 19.2; 20.7,26; 21.8). A Bíblia denomina Deus de “santo” (Sl 99.3).
Ele é chamado de o “Santo de Israel” no (Sl 89.18); e, no livro do
profeta Isaías, aproximadamente trinta vezes (Is 1.4; 57.15). A santidade é uma
característica da própria natureza de Deus, e não somente expressão de um
procedimento santo. Ele mesmo diz: “Eu sou santo” (Lv 19.2; Sl
99.6,9; I Pe 1.16).
2.3.3
Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que só pela graça podemos
ser salvos. O apóstolo Paulo disse
que “nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei,
porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20). Ela não fôra
dada como um meio de se alcançar a salvação, mas “nos serviu de aio, para
nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados” (Gl
3.24). A palavra grega traduzida por “aio” é “paidagõgos” que
significa “instrutor”, “professor” e indica um escravo, cuja tarefa era cuidar
de uma criança até que ela chegasse a idade adulta. A Lei serviu de aio para
mostrar os nossos pecados e nos conduzir a Cristo (Gl 3.25).
III – OS DEZ MANDAMENTOS E SUA
INTERPRETAÇÃO
Constituindo-se na essência do Pentateuco, o
Decálogo é a mais perfeita das leis escritas. Vejamos na tabela abaixo quais os
princípios morais dos Dez Mandamentos ensinados no AT e reafirmados no NT:
Nº
|
MANDAMENTO E EXPLICAÇÃO
|
PRINCÍPIO
|
AFIRMAÇÃO NO AT
|
REAFIRMAÇÃO NO NT
|
I
|
“Não terás outros deuses diante de mim”. Há um só Deus e só
a ele havemos de oferecer culto. A adoração a anjos, a santos ou qualquer
outra coisa é violação do primeiro
mandamento.
|
A unicidade de Deus
|
Êx 20.3
|
At 14.15
|
II
|
“Não farás para ti imagem de escultura [...]”. Proíbe-se não
somente a adoração de imagens ou de deuses falsos, mas também prestar culto
ao verdadeiro Deus em forma errada. Ele é espírito e não tem forma (Jo 4.24).
|
A espiritualidade de Deus
|
Êx 20.4
|
I Jo 5.21
|
III
|
“Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão
[...]”. Originalmente este mandamento se referia a não jurar pelo
nome de Deus se o juramento fosse falso (Lv 19.12), mas se permitia jurar
pelo seu nome se fosse verdadeiro (Dt 10.20). Contudo, Jesus proibiu
terminantemente jurar pelas coisas sagradas (Mt 5.34-37). A simples palavra
de um filho de Deus deve ser verdadeira, sem recorrer a juramentos (Tg 5.12).
|
A santidade de Deus
|
Êx 20.7
|
Tg 5.12
|
IV
|
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. Um dia da semana
pertence a Deus. Reconhece-se a soberania de Deus guardando o dia de repouso,
visto que esse dia nos lembra que Deus é o Criador a quem devemos culto e
serviço. Todavia, o sábado judaico não é
obrigatório para os cristãos, pois já não estamos sob o jugo da Lei (Rm
6.14).
|
A soberania
de Deus
|
Êx 20.8
|
Não
reafirmado
(At
15.28,29)
|
V
|
“Honra a teu pai e a tua mãe [...]”. O homem que não
honra a seus pais tampouco honrará a Deus, pois esta é a base do respeito a
toda a autoridade.
|
Respeito aos representantes de Deus
|
Êx 20.12
|
Ef 6.1
|
VI
|
“Não matarás”. Este mandamento
proíbe o homicídio mas não a pena capital, visto que a própria lei estipulava
a pena de morte. Também se permitia a guerra, visto como o soldado atua como
agente do estado.
|
A vida humana é sagrada
|
Êx 20.13
|
I Jo 3.15
|
VII
|
“Não adulterarás”. Este mandamento
protege o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus.
Isto vigora tanto para o homem como para a mulher (Lv 20.10).
|
A família é sagrada
|
Êx 20.14
|
I Co 6.9-10
|
VIII
|
“Não furtarás”. Este mandamento diz respeito a roubo
de bens e, provavelmente, a sequestros. O direito de propriedade é
confirmado, e condena-se qualquer tentativa de se conseguir algo de forma
ilícita.
|
Respeito a propriedade alheia
|
Êx 20.15
|
Ef 4.28
|
IX
|
“Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo”. Este
mandamento compreende qualquer conversa mal-intencionada, proposital ou não,
que levante dúvidas sobre a integridade do caráter de alguém.
|
A justiça
|
Êx 20.16
|
Cl 3.9-10
|
X
|
“Não cobiçarás [...]”. A cobiça é o ponto
de partida de muitos dos pecados contra Deus e contra os homens.
|
O controle dos desejos
|
Êx 20.17
|
Ef 5.3
|
CONCLUSÃO
Após a saída do Egito o povo de
Israel recebeu no Sinai a Lei do Senhor a fim de andar de forma agradável ao
seus olhos. Assim como Israel, Deus nos resgatou do cativeiro do pecado e nos
presentou com a Sua Palavra a fim de guiarmos a nossa vida segundo a sua
perspectiva. Os princípios morais do Decálogo são imutáveis, e, portanto servem
tanto para Israel como para a Igreja.
REFERÊNCIAS
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
·
HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. CPAD.
·
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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