Igreja
Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz
Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
(Dn 9.20-27)
INTRODUÇÃO
Em Daniel 9.3-27 vemos a oração do profeta, para que Deus
desse inicio ao regresso de seu povo, do cativeiro Babilônico. Diante do clamor
insistente de Daniel, Deus lhe envia um mensageiro angélico com a resposta da
sua petição, mostrando-lhe o panorama profético, por Deus estabelecido para
restaurar completamente a nação de Israel.
I – O CENÁRIO HISTÓRICO DA
PROFECIA
“No
ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi
constituído rei sobre o reino dos caldeus” (Dn 9.2). “A expressão “No
primeiro ano de Dario […] constituído sobre o reino dos caldeus”,
nos mostra que Daniel não o confunde com Ciro. Ele (Dario) não era constituído
rei sobre o império medo-persa, mas apenas sobre a Babilônia. Este registro
histórico data aproximadamente de 539-538 a.C. sessenta e sete anos depois de
Daniel ter sido levado no verão de 605 a.C.; cerca de cinquenta e nove anos do
começo do cativeiro do Rei Jeoaquim (II Cr 36.9,10; Ez 1.1); um pouco menos que
cinquenta anos a partir da destruição final de Jerusalém em 586 a.C. Isto
explica o interesse de Daniel em Jerusalém (Dn 9.2). Ele imaginou que o tempo
já estava sendo contado” (MOODY, sd, p. 57).
II – A ATITUDE DE DANIEL ANTE O TÉRMINO DO
CATIVEIRO DE JUDÁ
O texto de Daniel
capítulo 9 nos mostra que o profeta desejou compreender melhor a vontade de
Deus a cerca do povo de Israel. Para tanto, ele resolveu tomar duas sábias
decisões:
2.1
Examinou a profecia a cerca da restauração do povo (Dn 9.2). “Daniel possuía uma biblioteca, cujos livros ele estudava. Ele
menciona aqui, no versículo 2, as profecias de Jeremias. A profecia de
Jeremias, em apreço, diz: “Toda esta terra virá a ser um deserto e um
espanto; estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá,
porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei
de Babilônia...” (Jr 25.11,12). Esse rei de que fala a profecia
já fora castigado (Dn 5). Daniel considerava então que já estava no tempo para
terminarem as “assolações de Jerusalém”, a qual continuava
destruída” (GILBERTO, 2010, p. 45 – acréscimo
nosso) .
2.2
Daniel intercedeu pela restauração do seu povo (Dn 9.3). A oração, na vida de Daniel, era um costume regular. No seu
aposento de janelas abertas, na direção de Jerusalém, ele podia ser encontrado
orando três vezes por dia (Dn 6.10). “Nesse tempo desta oração, quase setenta anos
que Daniel fora levado para o cativeiro. Ele tinha mais de oitenta anos de
idade, e breve iria “pelo caminho de toda terra”. Mas o coração
ainda ardia pela revificação espiritual da obra do Senhor, pelo retorno do povo
de Deus à terra da promessa, pela reedificação da cidade querida e pela
reconstrução do seu Templo em ruínas” (BOYER, p. 73, 2009).
III – CONSIDERAÇÕES ACERCA
DAS SETENTA SEMANAS REVELADAS A DANIEL
3.1 O
sentido da profecia. A profecia das setenta semanas foi
dada a Daniel, esta diz respeito ao futuro IMEDIATO
e ESCATOLÓGICO de Israel. Enquanto Daniel, orava, no
período de três da tarde (Dn 9.21), um anjo, chamado Gabriel, foi enviado por
Deus para lhe entregar uma mensagem explicativa “Daniel, agora saí para
fazer-te entender o sentido” (Dn 9.22-b). “O anjo apresenta a profecia no
sentido completo, e depois mostra a Daniel as suas divisões (Dn 9.24), que são
vistas nos versos 25 a 27. A recomendação a Daniel feita pelo anjo “considera,
pois, a palavra, e entende a visão” (Dn 9.23-b), foi, sem dúvida, por
tratar-se de uma profecia cujo tema era de alcance muito vasto; ela alcança
séculos e milênios. Entre os hebreus, em lugar da palavra “semana” usava-se a
palavra “shabua”. Em hebraico “shabua” significa,
literalmente, um “sete”. Pode ter o sentido de um “sete” de dias
como também um “sete” de anos. Precisamente nesta profecia tem o sentido
profético de anos e não de dias (Nm 14.34; Ez 4.6). Assim sendo, estas “setenta
semanas” são setenta “grupos de sete anos”, ou seja, 490
anos (SILVA, 1986, p. 178 – acréscimo nosso).
3.2 O porque
deste tempo de castigo. A Bíblia nos mostra que Deus
puniu o seu povo com o cativeiro por pelo menos dois motivos: (1) eles
haviam dado as costas ao Senhor e serviram aos ídolos (Jr 3.13; 18.11; 19.13;
25.5,6; 35.15);
e, (2) os setenta anos de cativeiro sobre a nação foi para “que
a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até
que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21). “Deus ordenou a Israel, no
deserto, que trabalhasse seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em
sete (Êx 20.9,10; Lv 25.1-7). A guarda do sábado a risca foi observada por
Israel logo no deserto, e um homem foi morto porque o violou (Nm 15.32-36). A
segunda ordem de Deus para que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor
com a entrada da nação na terra prometida (Lv 25.2-4) Isto significa que todo o
“tempo pertence a Deus”. Durante esse ano de repouso, a terra não
era lavrada, o fruto era livre, e a confiança do povo em Deus era provada.
Aprendemos de Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para dar
instrução religiosa ao povo. Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi
observada, como devia ter sido por 70 vezes. Por isso, foram dados ao povo 70
anos de cativeiro” (SILVA, 1986, p. 166).
IV –
CRONOGRAMA JUDAICO DOS ACONTECIMENTOS PROFÉTICOS ACERCA DE ISRAEL
Além
do cronograma gentio (Dn 2;7;8), Daniel também recebeu um cronograma judaico
dos acontecimentos proféticos sobre Israel (Dn 9). Essas profecias são muito
mais exatas quanto aos anos e dias, e localizam os acontecimentos principais da
redenção e restauração de Israel. Esta profecia é o futuro de Israel no plano de
Deus.
SEMANAS
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REFERÊNCIA BÍBLICA
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MOMENTO HISTÓRICO
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1ª período
(7 semanas – 49 anos)
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“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e
para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e
sessenta e duas semanas: as praças e tranqueiras se reedificarão, mas em
tempos angustiosos” (Dn 9.25).
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As Setenta Semanas tiveram inicio com a ordem expedida por
Artaxerxes, em 445 a.C. para que os judeus voltassem à sua terra e
reconstruíssem o Santo Templo e reerguessem os muros de Jerusalém (Ne 2.1-6).
Nessas sete semanas, ou quarenta e nove anos, puderam os judeus, sob a
liderança de Neemias, Esdras, Zorobabel, Ageu, Zacarias e o sumo sacerdote
Josué, reaver parte da glória que lhes tirara Nabucodonosor. Os tempos porém
eram de angústia, aflição e apertos.
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2º período
(62 semanas – 434 anos)
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“E depois
de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o
povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim
será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas
assolações” (Dn 9.26).
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Desde a
reconstrução de Jerusalém até a morte do Cristo, passar-se-iam sessenta e
duas semanas, ou seja: 434 anos. Este foi o tempo transcorrido desde a ordem
de Artaxerxes até a crucificação do Filho de Deus. Apesar de algumas pequenas
divergências entre os vários estudiosos, a profecia cumpre-se de maneira
surpreendente. Em seguida, o profeta fala da destruição de Jerusalém por
Roma, o que se deu em 70 d.C.
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3º período
(1 semana -
7 anos)
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“E ele
fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o
assolador” (Dn 9.27).
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Último
período das Setenta Semanas, durante o qual terá lugar o reinado do
Anticristo e a Grande Tribulação. Esta semana será inaugurada logo após o
arrebatamento da Igreja (2 Ts 2.7; Ap 3.11). Como as demais,
terá a duração de sete anos; será dividida em duas partes de três anos e meio
cada: a primeira de uma aparente paz e segurança; a segunda será marcada pela
Grande Tribulação (Ap 11.2,3, 12.6). No final dessa semana, aparecerá o
Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja, para implantar na Terra o Reino
Milenial.
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V – O QUE ACONTECERÁ COM
ISRAEL DURANTE A ÚLTIMA SEMANA DE 7 ANOS
“Essas
semanas tratam das provações e sofrimentos pelos quais Israel terá de passar
antes que o seu Libertador apareça, para que, como diz o final do versículo 24
da profecia em estudo, os pecados de Israel tenham fim, e para trazer a justiça
eterna. Estas "semanas" não se referem à Igreja, mas a Israel.
"Sobre o teu povo [o povo de Daniel], e sobre a tua santa cidade" (a
cidade de Jerusalém - v. 24)” (GILBERTO, 2010, pp. 48,49). Nesse período seriam realizados os seguintes seis
importantes eventos (Dn 9.24): (a) “fazer cessar a
transgressão”. Esta declaração indica por fim à rebelião secular
de Israel contra Deus. Israel crucificou o Messias quando Ele chegou ao mundo,
e consequentemente foi castigado. Sua incredulidade será transformada em fé à
Segunda Vinda de Cristo, quando essa nação aceitará Jesus como Messias. Toda a
nação “nascerá de novo” (Rm 11.25-29; Is 66.7-10; Ez 36.24-30); (b) “dar
fim aos pecados”. Isto
é, por um ponto final aos muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se
realizará depois da Tribulação (Ez 36.24-30; 37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21); (c)
“expiar a iniquidade”. Realizar a expiação em favor desse povo espiritualmente
perverso. Isso aconteceu na cruz do Calvário em favor do mundo todo, mas
Israel, como nação, até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina.
Mas à vinda de Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude (Zc 13.1-7; Rm
11.25-27); (d) “trazer a justiça eterna”. Isto é, a justiça
que Cristo proveu pela morte na cruz (Is 9.6,7; 12.1-6; Dn
7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm 11.25-27); (e) “selar a visão e a
profecia”. Isto é, chegar ao cumprimento das profecias concernentes
a Israel e Jerusalém. Todos conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior
deles (Jr 31.34; Is 11.9);
e, (f) “ungir o Santo dos Santos”. Está claro que isto
significa a purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de
Jerusalém dos efeitos da “abominação da desolação” e demais sacrilégios
praticados pelos gentios durante a Tribulação. Incluirá também a consagração do
templo milenial previsto em (Ez 40-43; Zc 6.12,13).
CONCLUSÃO
Através
das visões concedidas a Daniel, aprendemos que Deus não desistiu de Israel.
Pelo contrário, ele tem estabelecido um plano onde irá restaurar física, moral
e espiritualmente o seu povo escolhido, cumprindo assim as suas palavras
anunciadas através dos seus santos profetas.
REFERÊNCIAS
·
GILBERTO,
Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
·
OLSON, Nels
Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
·
PFEIFFER,
Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
·
SILVA,
Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/baixar-licao/cod/351
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