Igreja
Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 –
000 Fone: 3084 1524
(Dn 6.3-5,10,11,15,16,20)
INTRODUÇÃO
O profeta Daniel foi um homem de Deus íntegro e um funcionário
excelente e fiel. Sua dedicação e capacidade despertavam inveja por parte
daqueles que trabalhavam com ele, mas que não suportavam sua prosperidade.
Esses tais, tramaram a morte do homem de Deus, incitando o rei a criar um
decreto que lhe proibisse orar ao Deus do céu. Para Daniel, era preferível
morrer que viver sem orar. Logo, por não obedecer ao decreto real, o profeta
judeu foi lançado numa cova com leões para ser morto, todavia, o seu Deus,
proporcionou-lhe um grande livramento.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA INTEGRIDADE
O dicionário Aurélio diz
que esta palavra significa: “qualidade de íntegro; inteireza. Retidão,
imparcialidade. Inocência, pureza, castidade” (FERREIRA,
2004, p. 1116). “A integridade refere-se a higidez
moral, a
condição daqueles que são possuidores de um autêntico caráter moral, em
contraste com aqueles cuja natureza inclui o engodo, a astúcia e a malícia. O
trecho de Gn 25.27 faz a comparação entre Jacó e Esaú. Jacó aparece ali como um
homem integro; mas Esaú descrito como um homem dotado de habilidades violentas.
Em Tito 2.7, a palavra grega aphthoria (palavra que só se acha por uma
vez em todo o Novo Testamento), que nossa versão portuguesa traduz por
“integridade”, em algumas outras versões aparece como “incorruptibilidade” ou
“sanidade”. Ali, essa virtude aparece como uma das qualidades que os líderes
das igrejas cristãs devem possuir. Com toda a razão, podemos pensar que temos
aí um aspecto do fruto do Espírito Santo em nossas vidas, embora, tal virtude
não seja especificamente mencionada na lista de Gálatas 5.22,23. Mas Jesus
ensinou claramente esse principio, conforme se vê em Mt 6.1-6. Para nós, povo
de Deus, a integridade envolve a honestidade a retidão, a higidez de caráter e
uma espiritualidade da mais pura
qualidade que evita e foge da corrupção” (CHAMPLIN, p. 347, 2004 – acréscimo nosso).
II – DANIEL, UM
FUNCIONÁRIO ÍNTEGRO
Uma das primeiras responsabilidades
de Dario foi reorganizar o reino da Babilônia recentemente conquistado (Dn 6.1-2). A Bíblia diz que Ele nomeou
120 sátrapas para governar o reino e colocou-os sob as ordens de três
administradores, um dos quais era Daniel (Dn 3.2). “Os sátrapas eram
responsáveis diante destes três presidentes
ou administradores, talvez 40 sátrapas para cada presidente” (CHAMPLIN,
2001, p. 3398).
2.1 A competência de
Daniel (Dn 6.3). Desde a sua chegada a Babilônia até os últimos
dias da sua vida, Daniel se mostrou um servo competente (Dn 1.20,21). “Neste
tempo, ele contava mais ou menos 88 anos de idade. O jovem esforçado, fiel e
corajoso do primeiro capítulo é o idoso esforçado, fiel e corajoso deste
capítulo” (BOYER, 2009, p. 52). Ele conseguiu crescer profissionalmente
devido a graça de Deus e a sua presteza aos seus patrões (Dn 1.17,20; 2.48,49;
5.29; 6.3,28). “Durante um período de quase setenta anos,
Daniel serviu a seis governadores
babilônios e a dois persas. No governo de três deles (Nabucodonosor, Belsazar e
Dario) foi elevado a primeiro-ministro. Ocupou essa função durante o cativeiro
final de Judá e o regresso dos cativos” (ELLISEN, 2012, p. 258).
2.2 A excelência de Daniel (Dn 6.3-a). O
texto bíblico deixa claro que Daniel era preterido pelo rei Dario em relação
aos outros funcionários “porque nele havia um espírito excelente”
(Dn 6.3). A palavra “espírito” no hebraico “ruah” tem vários
significados e nesse contexto “é usado para aludir àquilo que habilita o homem
a fazer determinado trabalho ou que representa a essência de uma qualidade
humana” (VINE, 2002, p. 114). Por sua vez, a expressão subsequente “excelente”
segundo o Aurélio quer dizer “que é muito bom” (FERREIRA,
2004, p. 850). Esta virtude destaca-se na vida desse nobre servo
de Deus (Dn 1.17; 4.8; 5.12,14).
2.3 A fidelidade de Daniel (Dn 6.3,4). A
forma com a qual Daniel se comportava na função que lhe foi confiada,
rendeu-lhe grande admiração e confiança por parte do rei Dario, que pensava
colocá-lo sobre todo o reino (Dn 6.3). Sua fidelidade era uma virtude
extremamente destacável na função que exercia (Dn 6.4). Segundo o Aurélio a
palavra “fiel” significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal; honrado;
íntegro” (FERREIRA, 2004, p. 894). “O
homem pode se mostrar “fiel” em suas relações com os membros da raça humana (I
Sm 26.23). Mas,
geralmente, a Pessoa a quem se é “fiel” é o próprio Senhor (II Cr 19.9)” (VINE,
2002, p. 128). Biblicamente, podemos destacar quais as testemunhas que atestam
a integridade de Daniel: (1) Os funcionários que com ele trabalhavam (Dn
6.4); (2) o rei Dario (Dn 6.3,4; 16-20); (3) o próprio Daniel
sabia que servia a Deus com fidelidade (Dn 6.22); e, (4) o Deus de
Daniel atestou isso dando-lhe livramento (Dn 6.22,23). Daniel era fiel em tudo que fazia, tanto para o rei como para Deus. Por
isso, foi perseguido, mas triunfou. A Bíblia nos orienta a procedermos de igual
modo (Ef 6.5,6; Cl 3.22; I Tm 6.1; Tt 2.9; I Pe 2.18).
III – CAUSAS DO ÓDIO DOS
FUNCIONÁRIOS A DANIEL
3.1 Porque era um judeu assumindo um cargo na Babilônia (Dn 6.1-3). Para aqueles que exerciam funções
na Babilônia, ver um judeu sendo benquisto, prosperando e recebendo altos
cargos era inadmissível (Dn 1.19,20; Dn 3.12). “Tratava-se de mais um caso de antissemitismo
(sentimento contrário ao povo judeu), um pecado terrível encontrado nas
Escrituras desde os dias do Faraó até o fim dos tempos (Ap 12). Ao que parece,
esses oficiais não sabiam da aliança entre Deus e Abraão, que prometia abençoar
quem abençoasse os judeus e amaldiçoar quem os amaldiçoasse (Gn 12.1-3). Quando
esses homens começaram a atacar Daniel, estavam atraindo sobre si o juízo de
Deus” (WIERSBE, 2004, p. 342).
3.2 Porque lhe tinham inveja (Dn 6.3). Enquanto Daniel estava entre os três presidentes que monitoravam os
cento e vinte sátrapas tudo estava em paz. Todavia, quando o rei Dario vendo
que Daniel destacava-se entre eles, e, com isso, intentou colocá-lo acima dos
outros presidentes o ódio aflorou (Dn 6.3-5). A inveja podia corroer-lhes os
ossos (Pv 14.30). Este sentimento é a tendência de observar com desprazer o bem alheio. Inveja é um misto de ódio,
desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de
possuir o bem do próximo (Jó 5.2; Pv 14.30; Ec 4.4; Is 11.13; Ez 35.11). É o que sentiam aqueles homens em relação a Daniel
(Dn 6.4).
3.3 Porque era um administrador fiel
(Dn 6.4). Nada pior para servos infíéis que
serem liderados por um servo fiel. A expressão “para que o rei não
sofresse dano” (Dn 6.2-b), dá a entender que Dario estava desconfiando
de corrupção entre os seus funcionários. Por isso, nomeou Daniel acima deles,
porque esse era fiel. “Os outros líderes ficaram exasperados quando souberam
desse plano e tentaram, sem sucesso, encontrar alguma falha no trabalho de
Daniel. Tinham vários motivos para opor-se a Daniel, inclusive a mais pura
inveja, mas sua principal preocupação era financeira. Sabiam que com Daniel no
comando não teriam oportunidade de usar seus cargos em beneficio próprio e
perderiam aquilo que ganhavam pela corrupção” (WIERSBE, 2004, p. 342).
IV – O DECRETO REAL E A
POSTURA FIRME DE DANIEL
Os funcionários tramaram
uma conspiração com base na fidelidade de Daniel à lei do seu Deus. A
estratégia foi convencer o rei Dario a baixar um decreto que proibisse qualquer
pessoa a fazer uma petição a qualquer deus, que não fosse o próprio rei (Dn
6.5-8). “A sugestão, tomada de maneira falsa, tinha como
objetivo envaidecer o ego do rei e dar uma expressão a sua nova autoridade. Tal
mostra de lealdade da parte dos seus funcionários civis seria muito bem-vinda,
sem dúvida, para aquele que durante sua vida vivia da própria glória. Os
antigos césares arrogavam também para si adoração divina e sob pena de morte
que sofreria aquele que se recusasse a adorá-los” (SILVA, 1986, p. 106).
4.1
O edito real e a pena capital promulgada
por Dario (Dn 6.9,10). O Aurélio diz que um
decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra
autoridade superior” (FERREIRA, 2004, p. 608). Diante
disto, orar a Deus e não ao rei era estar em desobediência civil a autoridade
constituída. É necessário entender que é uma recomendação bíblica de que o
servo de Deus esteja sujeito a autoridade (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm
13.1-7; I Tm 2.1,2; I
Pe 2.17). Contudo, quando a autoridade cria leis e decretos que se confrontam
com a Palavra de Deus, devemos preferir a vontade soberana do Senhor, tal qual
fez Daniel (Dn 6.9,10). Influenciado pelos seus funcionários Dario acrescentou
junto ao edito uma punição, que quem desobedecesse seria lançado na cova dos
leões. “Tem sido interpretado que, a “cova dos leões”
onde Daniel
foi lançado, tinha duas entradas: a primeira era uma especie de “ rampa” pela
qual os animais entravam e a segunda uma especie de “buraco”, na extremidade
superior, pelo qual os animais eram alimentados. Para que a entrada da cova não
fosse violada, o rei mandou que trouxessem o selo real (o anel) e o selo de
seus grandes, selando assim a pedra (Js 10.16; Dn 6.17; Mt 27.66)” (SILVA,
1986, pp. 117,118 – acréscimo nosso) .
4.2
A postura de Daniel e o livramento de Deus (Dn 6.10,21-23). Ao ficar sabendo do edito real e da proibição, Daniel
agiu com firmeza, não se intimidando com a sentença. A coragem
deste homem é um desafio para todos nós. Ele estava pronto a colocar os
interesses de Deus em primeiro lugar e a sua própria segurança em segundo. Por
amor do seu testemunho, estava pronto a enfrentar a cova dos leões famintos. Ou
seja, ele preferiu morrer que perder o contato com o seu Deus por meio da oração.
“Daniel, o grande servo de Deus, foi inspirado na oração de Salomão (1 Rs
8.46-49a), a exemplo do salmista, orava de manhã, ao meio-dia e a
tarde. Isto é, 9h, 12h, 15h, respectivamente (Sl 55.17)” (SILVA, 1986, p. 114). Seus colegas de
trabalho o entregaram a Dario como um transgressor do edito real, induzindo o
rei a cumprir com a pena determinada, o que Dario fez com muito pesar (Dn
6.12-18; At 5.29). Daniel foi lançado na cova dos leões para ser morto,
contudo, Deus viu a sua inocência e lhe proporcionou um grande livramento (Dn
6.12-23). Dario, percebeu a maldade dos que lhe influenciaram contra Daniel,
sentenciou-lhes a morte na cova dos leões (Dn 6.24).
CONCLUSÃO
Daniel
não somente nos deixa um legado espiritual por ser um fiel servo de Deus, como
também nos dá o exemplo de um profissional capaz, excelente e exato. Ele sofreu
inveja por parte daqueles que com ele trabalhavam, que por causa do seu êxito e compromisso tramaram
a sua morte. Todavia, este servo de Deus manteve-se firme e leal,
experimentando assim do livramento, da honra e da prosperidade divina em todas
as áreas da sua vida (Dn 6.26-28).
REFERÊNCIAS
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/baixar-licao/cod/348
0 comentários:
Postar um comentário