Igreja
Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 –
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(Dn 5.1,2,22-30)
INTRODUÇÃO
A história dos grandes impérios
mundiais que existiram no passado é marcada por três fases distintas:
surgimento, apogeu e queda, ou seja, eles surgiram, tiveram seu período de
poder e domínio, mas, depois, caíram. No capítulo 5 do livro de Daniel
encontramos o registro da queda do império babilônico, onde a Bíblia nos
mostra, mais uma vez, a intervenção divina na história dos homens, na ocasião
em que o rei Belsazar fez um grande banquete e profanou os utensílios do Templo
de Jerusalém, que haviam sido levados para a Babilônia, resultando na queda
daquele grande império. Veremos nesta lição quem era o rei Belsazar; seu
banquete profano e idólatra; sua sentença escrita na parede; a queda do Império
Babilônico; e uma profecia sobre Ciro, o ungido de Deus.
I – QUEM ERA BELSAZAR
“O termo hebraico
deriva-se do vocábulo babilônico “Bel-sar-usur” que significa 'o
deus Bel protegeu o rei', mas não devemos confundi-lo com 'Beltessazar', o nome babilônico que foi dado a Daniel (Dn 1.7). Belsazar
era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor, e que reinou a Babilônia
por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Logo, Belsazar era neto de Nabucodonosor. Em
Dn 5.11,18 Nabucodonosor é chamado de seu pai, mas isso significa apenas que
ele pertencia à linhagem de Nabucodonosor, atribuição comum nas antigas
genealogias (Mt 1.1). Seu pai, Nabonido, o colocou como seu co-regente e
comandante do exército de Babilônia por volta de 550 a 539 a.C.” (CHAMPLIN,
2004, p. 487 acréscimo nosso). Foi por esta razão que ele prometeu colocar
Daniel como o terceiro dominador do reino (Dn 5.16), pois o primeiro era
Nabonido e ele era o segundo.
II – O BANQUETE DO REI BELSAZAR
O banquete oferecido pelo rei
Belsazar e a profanação dos utensílios do Templo de Jerusalém, marcaram o fim
do grande império Babilônico, como veremos a seguir:
2.1
O banquete e a licenciosidade de Belsazar (Dn 5.1). Era comum, desde os tempos antigos, os reis
realizarem festas para demonstração de domínio e poderio (Et 1.1-4). Como a
Babilônia era uma cidade de opulência e luxúria, no palácio havia festas
constantemente. Tratava-se, na verdade, de uma festa cheia de licenciosidade e
bebedice. Isto pode ser provado pela presença de vinho e de mulheres e
concubinas na festa (Dn 5.1,2). Além disso, a
festa demonstra a insensatez do rei Belsazar. Enquanto seu pai estava
fora de Babilônia, defendendo o reino das forças dos medos e dos persas, que
ameaçavam dominar o mundo antigo, ele estava ocupado com festas e orgias, banqueteando-se
com seus súditos, sem se preocupar o que poderia acontecer.
2.2 A profanação de Belsazar (Dn 5.2). Como se não bastasse a luxúria e insensatez do rei
Belsazar, ele também tornou-se profano quando mandou buscar os utensílios do
Templo de Jerusalém, levados por Nabucodonosor à Babilônia (II Rs 24.13; IICr
36.7; Ed 5.14; 6.5; Dn 1.2), para embriagar-se com seus convidados,
demonstrando total desrespeito com as coisas sagradas. “Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os
vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo
que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus príncipes, as
suas mulheres e concubinas” (Dn
5.2). Levar os utensílios do Templo para Babilônia estava
de acordo com os costumes de guerra, até porque eram vasos de ouro e de prata,
ou seja, valiosos. Mas, retirá-los do depósito nacional para uma orgia, era
sacrilégio, ou seja, uso indevido de objetos consagrados a Deus.
2.3 A idolatria do rei
Belsazar (Dn 5.4). Como se não bastasse a profanação, ou seja, a
falta de respeito e reverência pelas coisas consagradas a Deus, o rei Belsazar,
juntamente com seus súditos, tornaram a festa pagã e idólatra, dando louvores
aos seus deuses: “Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro,
de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra” (Dn 5.4). Era
uma forma de desafiar o Deus de Israel, tentando demonstrar a superioridade dos
seus deuses. Mas, Deus, que não se deixa escarnecer (Gl 6.7) demonstrou que tem
o domínio sobre os filhos dos homens (Dn 5.21). Belsazar ultrapassou a medida da paciência divina e foi sentenciado por
isso.
2.4 A sentença de Belsazar
(Dn 5.5). A Bíblia diz que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). No ato de sua profanação,
Belsazar viu uma mão misteriosa escrevendo uma sentença na parede do palácio
real. A alegria provocada pelo vinho, deu lugar ao pavor; e a euforia, ao
desespero. “Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o
turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um
no outro” (Dn 5.6). A
sentença continha as seguintes palavras: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM, que eram
conhecidas e significam, portanto: “contado”, “pesado” e “dividido”. Mas,
isoladas como estavam, ninguém sabia o que elas comunicavam. Nenhum astrólogo,
caldeu ou adivinho pôde interpretá-las. Mas, Daniel, deu a exata interpretação
(Dn 5.25-28). Vejamos:
·
MENE: Essa palavra aramaica poderia ser um verbo com o sentido de
"contado", para indicar que a duração do reinado de Belsazar tinha
sido determinada por Deus, e estava prestes a terminar (Jr 50.18). Daniel a
interpretou da seguinte maneira: “Contou Deus o teu reino e o acabou”
(Dn 5.26);
·
TEQUEL: Esse vocábulo tem o sentido de “pesado”,
significando que Belsazar não estava à altura dos padrões divinos de retidão. Diante da justiça divina esse reino não teve qualquer peso. A interpretação dada por Daniel foi: “Pesado foste na balança e foste achado em falta” (Dn 5.27).
·
PERES: Na escritura da parede apareceu o plural: PARSIM. Na interpretação,
Daniel usou o singular PERES. São
palavras da língua aramaica, e significa: “Dividido foi o teu reino e
deu-se aos medos e aos persas” (Dn 5.28).
Depois que Daniel
interpretou a escrita na parede, o rei Belsazar ordenou que o vestissem de
púrpura e o elevou ao cargo de terceiro dominador no reino (Dn 5.29). À
semelhança de Nabucodonosor, Belsazar honrou a Daniel (Dn 2.48), mas, não
honrou o Deus de Daniel (2.46,47).
III – A QUEDA DO IMPÉRIO
BABILÔNICO
“O
capítulo 5 do livro em apreço deve ser estudado à luz de Isaías 21.1-9, onde
temos a profecia da queda de Babilônia, proferida por Isaías cerca de 150 anos
antes. A menção do Elão e da Média (Is 21.2), apontam para a conquista de
Babilônia por Ciro. Os capítulos 13 e 14 de Isaías acrescentam mais detalhes
proféticos dessa queda de Babilônia. É assombroso o poder exclusivo do
Todo-poderoso de predizer o futuro, como no caso de Ciro, o conquistador de
Babilônia, que, através do profeta Isaías, Deus o chamou pelo nome (Ciro), isto
mais de um século e meio antes do seu nascimento (Is 44.28)”. (GILBERTO, 2010,
p. 27).
3.1
A união dos medos e dos persas e a invasão da Babilônia. “Enquanto o rei Belsazar estava se banqueteando com
seus súditos, os medos e os persas, que haviam se unido, cercaram a cidade de
Babilônia. Havia um sentimento de segurança por parte do rei e dos habitantes
da cidade, porque seus muros eram largos e altos, e suas fortificações pareciam
intransponíveis. A Média lutou sob Dario, e
a Pérsia sob Ciro, represou e canalizou as
águas do rio Eufrates, deixando seco o seu leito. Assim, os medos e os persas
tomaram de surpresa a cidade que não sofreu qualquer resistência” (CABRAL,
2014, p. 86 acréscimo nosso).
3.2
A soberania divina. Aquela noite foi
a demonstração de que Deus, o Todo poderoso, tem o centro do governo do mundo
em suas mãos e que nada escapa ao seu poder. A queda do império babilônico não
ocorreu apenas por causa de uma estratégia de guerra do exércitos inimigos,
mas, uma clara demonstração do juízo divino e que o Todo Poderoso tem o domínio
sobre tudo e sobre todos (1Cr 29.11,12; Sl 10.16; 24.8;
29.10; 48.2; 115.3; 135.6; Dn 2.7; 4.17,35; 5.22-28; Is 55.11; Ap 19.16).
IV
– CIRO, O UNGIDO DE DEUS
“Pelo menos duzentos anos antes de os persas
surgirem no cenário mundial, seu famoso rei já estava profetizado na Bíblia (Is
44.28; 45.1-4). Acerca dessa interessante profecia, observa o Dr. Scofield:
'Este é o único caso em que a palavra ungido se aplica a um gentio'. O
uso da palavra 'ungido', em união com a expressão 'meu pastor' (Is 44.28), que
é também um título messiânico, assinala Ciro como a assombrosa exceção de que
um gentio seja tipo de Cristo. Os pontos de comparação são os seguintes: ambos,
Cristo e Ciro, são conquistadores dos inimigos de Israel (Is 45.1; Ap
19.49-21); ambos restauram a cidade santa (Is 44.28; Zc 14.11); por meio de
ambos o nome do único Deus verdadeiro é glorificado (Is 45.6; 1Co 15.28). Com
Ciro inaugurou-se uma nova política em relação aos povos conquistados. Apesar
da crueldade com que lidava com seus inimigos, Ciro tratou seus súditos com
consideração, conquistando-os como amigos. Por seu famoso decreto, promulgado
no segundo ano de seu governo, permitiu a volta de todos os povos às suas
próprias terras. (Ed 1.1-11). Parece que, de modo especial, o famoso imperador
dos persas favoreceu os judeus, concedendo-lhes generosa ajuda.” (ALMEIDA, p.
50).
CONCLUSÃO
Os
registros bíblico e histórico acerca da queda da Babilônia demonstram
claramente que “... o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e
a quem quer constitui sobre eles” (Dn 5.21). Por causa da profanação e
idolatria do rei Belsazar, a Babilônia caiu, cumprindo-se, então, a profecia do
sonho do rei Nabucodonosor, e interpretada pelo profeta Daniel: “E,
depois de ti, se levantará outro reino...” (Dn 2.39). Assim terminou o magnífico império babilônico (a cabeça
de ouro da estátua), e teve início o império medo-persa, representado pelos
dois braços e peito de prata.
REFERÊNCIAS
·
ALMEIDA, Abraão de. As Visões
Proféticas de Daniel. CPAD.
·
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
·
CABRAL, Elienai. Integridade moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. CPAD.
·
GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
·
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
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