sábado, 18 de outubro de 2014

LIÇÃO 03 – CRISTÃO PASSA POR TRIBULAÇÃO?



Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
Conscientizar de que as cartas (epistolas) contem ensinos práticos, ou seja, para que vivamos em nosso cotidiano. E que a formula de nosso sucesso espiritual e material está no “caminho mais excelente” (1 Co 12:31) – o amor.

Para refletir
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.” (2 Co 13:13 - ARC)

O anúncio maravilhoso da graça de Deus, que erra­dica a culpa, vai de encontro à intuição que todo homem tem: que um preço deve ser pago.
A graça é a resposta que vem, é a mensagem suprema da Bíblia, sua suprema revelação; é Deus mesmo quem paga, Deus mesmo pagou o preço de uma vez por todas, o preço mais caro que ele poderia pagar: a sua própria morte, em Jesus Cristo, na cruz.
Ao aceitarmos esse sacrifício estamos livres da culpa, porque Deus pagou o preço. Jesus Cristo veio "para salvar o que estava perdido" (Mt 18:11). Aquele que "sempre teve a mesma natureza de Deus... se tornou semelhante ao homem, e apareceu na semelhança humana. Ele se rebaixou, andando nos caminhos da obediência até a morte - e morte na cruz (Fp 2:6-8).

O profeta Isaías já havia vislumbrado este mistério (Is 53:2-5): "Porque foi subindo como um renovo perante ele, e como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era despreza­do, e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por ferido de Deus, e oprimido. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

Isso é viver na Graça do Senhor Jesus Cristo, no centro do amor de Deus e na comunhão co Espírito Santo.

Texto Bíblico: 2 Co 12.1-10.

Introdução
Paulo estabeleceu a Igreja em Corinto por volta de 50-51 d.C, quando passou dezoito meses lá em sua segunda viagem missionária (At 17.1-17). Ele continuou a levar a correspondência adiante e a cuidar da igreja depois de sua partida (5.9; 2 Co 12.14). Durante esse ministério de três anos em Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At 19), ele recebeu relatórios perturbadores sobre a complacência moral existente entre os crentes de Corinto. Para remediar a situação, ele enviou uma carta à igreja (5.9-11), que depois se perdeu. Pouco depois, uma delegação enviada por Cloe, membro da igreja em Corinto fez um relato a Paulo sobre a existência das facções divisórias na igreja. Antes que pudesse escrever uma carta corretiva, chegou outra delegação de Corinto com uma carta fazendo-lhe certas perguntas (7.1; 16.17). Paulo enviou imediatamente Timóteo a Corinto (4.17). Então, ele escreveu a carta que conhecemos como 1 Corintio, esperando que a mesma chegasse a Corinto antes de Timóteo (16.10). Visto que Paulo, aparentemente, escreveu a carta próximo ao fim do seu ministério em Éfeso (16.8) ela pode ser datada cerca de 56 d.C.

2 Corintio reflete, de várias maneiras, o tratamento de Paulo com a Igreja de Corinto durante o período da fundação, por volta de 50 d.C., até a redação desta epístola, em 55 ou 56 d.C. Os vários episódios na interação entre Paulo e os coríntios podem ser resumidos conforme a seguir:

  • A visita de Fundação a Corinto durou cerca de dezoito meses. At 18.
  • Paulo escreveu um epístola anterior a 1Corintio . (1 Co 5.9)
  • Paulo escreveu 1 Corintios em Éfeso por volta de 55 d.C.
  • Uma breve porém dolorosa visita a Corinto causou “tristeza” a Paulo e à igreja (2 Co 2.1; 13.2)
  • Depois dessa dolorosa visita, Paulo escreveu um epístola severa, entregue por Tito (2 Co 2.4; 7.6-8)
  • Paulo escreveu 2 Corintios da Macedônia, durante seu caminho de volta a Corinto, em 55 ou 56 d.C.
  • A visita final de Paulo a Corinto (At 20), provavelmente, tenha ocorrido quando ele escreveu Romanos, pouco antes de voltar a Jerusalém. A visita dolorosa, que Atos não registra, e a carta severa fornecem pano de fundo imediato para a redação de 2 Corintio.


Criados para obedecer
“Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”(Tg. 1:21;22).

A Palavra de Deus guardada em nossos corações é poderosa para nos ajudar na luta contra o pecado.
“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”.(Sl 119:11)

A maioria dos cristãos não se dá conta de que a Palavra de Deus em si mesma pode restaurar o homem pecador. Tiago exorta que esta Palavra é poderosa salvar as nossas almas. Claro que o mérito da salvação é de Cristo, mas a Palavra de Deus é quem conduz o homem ao conhecimento das verdades divinas.

Por ela, a Palavra de Deus somos guiados, por ela seremos julgados.
Obedecê-la é tornar-se sábio.


Nossa Leve e momentânea tribulação
"Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente”. (2 Co. 4.17)

Ninguém se lembraria de caracterizar a tribulação como “leve e momentânea”!
Quase de certeza que, se participássemos de um brainstorming sobre tribulação, surgiriam termos como “problemas”, “dificuldades”, “provações”, etc., mas nunca “leve e momentânea”.
Mas é exatamente assim que Deus quer que aprendamos a obedece-Lo.

Deus consegue dar uma conotação positiva aquilo que nós encaramos como decididamente negativo.
"Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus"(Rm 8.28).
Há sempre a outra face da moeda. Para Deus não há impossíveis e toda a situação pode deixar de ser uma perda, para se transformar numa oportunidade. Por pior que seja o nosso presente, daí podemos sempre partir para algo melhor.
A Bíblia nos garante, as Tribulações resultam para nós na eternidade em um peso de glória excelente.


As aflições de Paulo
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram têm antes contribuído para o progresso do evangelho.”(Fp. 4:12)

A humildade de Paulo fica manifesta no presente texto ao se referir aos problemas graves que enfrentou de forma genérica e superficial - as coisas pelas quais passei. Um olhar desatento pode imaginar que os problemas e aflições de Paulo sejam insignificantes.

Entretanto, é importante lembrar que as dificuldades vividas pelo apóstolo foram intensas e graves, representando sério risco de morte e destruição do ponto de vista humano.
Sofreu falsas acusações (At. 21.26-28), quase foi linchado, ficou preso, esperou muito tempo até que seu caso pudesse ser examinado, foi injustamente provocado e insultado (At.24), foi marcado para morrer (At. 23.12), foi mantido preso para dar popularidade ao governante de plantão (At. 24:27), antes do naufrágio, os soldados resolveram matá-lo (At. 27.42), sobreviveu a um naufrágio, foi picado por uma cobra (At. 28.1-6).

Ter problemas, entretanto, não é a questão mais importante. Talvez por isso Paulo tenha resumido suas dificuldades com a expressão "as coisas que me aconteceram". O diferencial é que atitude tomar diante dos problemas. Paulo optou por reconhecer a soberania de Deus sobre todas as situações vividas e colocou seu sofrimento dentro de uma perspectiva correta.

Para ele, o importante é que as dificuldades contribuíram para o progresso do evangelho. 
Em vez de se lamuriar, de murmurar ou praguejar, Paulo se alegra ao perceber que é instrumento divino no crescimento do evangelho, usado segundo o propósito e forma escolhida por Deus. Não passa por dificuldades por acaso (ou descaso de Deus), mas percebe que se enquadra em um plano maior e perfeito.

No chamado de Paulo, Deus diz que o usará para falar a gentios e aos reis. Percebe-se, vários anos depois, que a oportunidade de falar aos reis vem de um modo não convencional - Paulo tem acesso à guarda pretoriana e ao rei na condição de preso! Estar preso não é honroso para ninguém, muito menos para um apóstolo. Mas o testemunho firme de Paulo contribui para dar consistência ao evangelho pregado

Pregar a Cristo com humildade e espírito de serviço, como Paulo o faz, deve ser o paradigma a ser seguido.


A graça de Deus basta
“Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”. (Ez 36.26-27)

“Pois se eu vier a gloriar-me não serei néscio, porque direi a verdade: mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve. E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte.”(2 Co 12.6-10)

A passagem de Ezequiel 36 é sobre a relação de Deus com o povo de Israel. O povo de Israel teve momentos de rebelião contra Deus e agora se encontrava em exílio, passando por sofrimentos sem conta. Através do profeta Ezequiel, Deus toma a iniciativa de mudar a situação, tirando o coração recalcitrante do povo de Israel e colocando em seu lugar um coração transformado, propenso a cooperar com Deus. Na Bíblia, a palavra “carne” é usada para designar fraqueza, em oposição a força. Já neste texto, ela é usada para fazer contraste com pedra dura, fria. Ou seja, Deus promete remover a frieza de coração do povo de Israel e sustituí-lo por um coração maleável, disposto a aprender e praticar a vontade de Deus. Deus fará isso dando o seu Espírito ao povo.

O texto de 2 Coríntios 12.6-10 é uma forma de cumprimento da passagem de Ezequiel na vida de Paulo. O apóstolo nos fala de como Deus o humilhou pondo-lhe um espinho na carne, e isso depois que ele teve profundas experiências espirituais com Deus. Essas experiências deram força a Paulo, e mais autoridade para se afirmar como apóstolo de Cristo. Deus, porém, quis manter sob controle essa força e autoridade, a fim de que Paulo permanecesse sempre na dependência de Deus. E Deus continuou orientando Paulo sobre como fazer uso do seu poder. O espinho na carne era a maneira de forçar Paulo a se concentrar, não naquilo que ele, como pessoa, podia realizar, mas sim naquilo que Cristo, através de Paulo, queira realizar

Conclusão
Em 2 Coríntios 12.10, Paulo diz: "quando sou fraco, então é que sou forte". Trata-se, aí, de mera acomodação frente a uma realidade desagradável, ou, antes, com essa afirmação, Paulo proclama uma verdade profunda? Pense em algumas palavras que normalmente designam "força". Essas palavras são adequadas, à luz da afirmação de Paulo? Que, de fato, pedimos em nossas orações quando oramos para que a igreja seja forte? Pense em exemplos em que a igreja se mostra forte na fraqueza. Que significa que a graça de Deus seja suficiente para nós?

Tenho certeza que ao ponderar acerca destas coisas o Espírito Santo te guiará para que a vontade de Deus seja o centro de sua existência e assim será mais “mais que vencedor” em tudo o que fizerdes.


Colaboração para Portal Escola Dominical – Profª. Jaciara da Silva  
Fonte: PortalEBD

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