sexta-feira, 1 de junho de 2012

LIÇÃO 10 – O GOVERNO DO ANTICRISTO


Texto Áureo: I Jo. 2.18 – Leitura Bíblica: Ap. 3.1-9

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Após o estudo das cartas às sete igrejas da Ásia Menor, atentaremos para alguns tópicos escatológicos, dentre eles, o governo do anticristo, o juízo final e a formosa Jerusalém. Na aula de hoje estudaremos a respeito do governo do anticristo, destacaremos sua definição bíblica, como se dará seu aparecimento, e ao final, a atuação desse governo, que já impera, ainda que parcialmente, no tempo presente.
1. ANTICRISTO, DEFINIÇÃO BÍBLICA
O termo anticristo, contra Cristo em grego, é usado somente por João, esse mesmo apóstolo descreve seu surgimento e atuação. Em I Jo. 2.18 destaca que a aparição de falsos cristos é um sinal dos últimos dias, tal anticristo nega tanto o Pai quanto o Filho (I Jo. 2.18), e que todo espírito que nega que Jesus veio em carne é do anticristo (II Jo. 1.7). A definição de anticristo, por conseguinte, no primeiro século, estava associada ao gnosticismo, doutrina que negava a encarnação de Cristo, justificando-a através da filosofia grega. A figura do anticristo já fora antecipada por Daniel, ao referir-se ao “homem vil” (Dn. 11.21), cujo cumprimento inicial ocorreu nos tempos de Antíoco Epifânio, mas que acontecerá plenamente nos últimos tempos. Em Mt. 24.24 e Mc. 13.22 Jesus menciona os falsos cristos que surgirão por ocasião dos tempos finais. A palavra nos evangelhos é pseudocristos, que pode ser diferenciada de anticristos, o primeiro é aquele que afirma ser o Cristo, enquanto que o último se opõe a Cristo. Em todo caso, os poderes do anticristo e do pseudocristo estão correlacionados. O anticristo, de acordo com Paulo, é “o homem do pecado” (II Ts. 2.3). Ele é apresentado no capítulo 13 do Apocalipse como a besta (Ap. 13.1) que recebeu seu poder do dragão – o diabo - a serpente do Gênesis. O anticristo governa um sistema – o mundo – por isso, de certo modo, ele já está em ação (II Ts. 2.7). A esse respeito, João declara que o mundo jaz no Maligno (I Jo. 5.19), portanto, sob o poder do anticristo.

2. O APARECIMENTO DO ANTICRISTO
O capítulo 13 do Apocalipse nos apresenta à figura do anticristo como a besta, mencionada em Ap. 11.7, tendo saído do abismo para combater as duas testemunhas. Em Ap. 13.1 ela emerge do mar, um símbolo bíblico da humanidade não regenerada e em constante agitação (Is. 57.29). Esse significado é reforçado em Ap. 17.15, em que diz “As águas que viste ... são povos, multidões, nações e línguas”. O parentesco entre a besta e o dragão é perceptível pelo fato de ambos terem dez chifres e sete cabeças (Ap. 12.3). Os chifres, na simbologia bíblica, têm a ver com poder, e o fato de que a besta exigirá prerrogativa divina para si. João a descreve, em Ap. 13.2, como um leopardo, com pés como de urso, e boca como de leão. Essa besta concentra não apenas poder político e militar, mas também poder moral, pois se trata, como aponta Paulo, do homem de iniquidade (II Ts. 2.9). Satanás dará o seu poder ao anticristo, que maravilhará o mundo com suas magias (Ap. 13.3). Como o leopardo, que representa o governo da Macedônica (Dn. 7.6), será rápido, veloz, conquistador e incansável. Os pés de urso dizem respeito a Media e à Pérsia (Dn. 7.5), que representa a força e estabilidade. A boca de leão representa a monarquia do império babilônico (Dn. 7.4), impondo perseguição e matança. A besta não quer apenas o poder político (Ap. 13.4), seu interesse é também religioso, ela quer ir de encontro a Deus, deseja ser adorada como tal. Satanás sempre quis ser adorado como Deus, desde o princípio Ele se opõe à Palavra de Deus (Gn. 1.28; 3.4), ambicionou o trono do Altíssimo (Is. 14.12-15) e tornou-se o príncipe deste século, enganando a muitos (II Co. 4.4), já que é o pai da mentira (Jo. 8.44), tendo tentado o próprio Cristo (Mt. 4.1-11), tal como o Senhor, devemos resisti-lo (Tg. 4.7).

3. A ATUAÇÃO DO ANTICRISTO
A atuação de Satanás, como pai da mentira, faz uso da linguagem, recorre à boca para repassar seu engano. Em Ap. 13.5 está escrito que a besta recebeu uma “boca que proferia arrogâncias e blasfêmias”, em consonância com Dn. 7.8,20 e 25. É dito, seis vezes, que o poder não é da própria besta, mas que esse “lhe foi dado" (Ap. 13.2,5,7,14 e 15). Esse poder também será controlado, está limitado temporalmente a “quarenta e dois meses”, período que durará a Grande Tribulação. Esse período é descrito, em Ap. 12.14, como “um tempo, tempos, e metade de um tempo”, sendo igual a 42 meses e 1260 dias (11.2,3; 12.6, 14, 13.5). A besta “abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus” (Ap. 13.6). Para sustentar seu poder, o anticristo fará oposição direta a Deus, ele quer que as pessoas sejam lhe fiéis. Como já acontece atualmente com aqueles que servem a Deus, o príncipe deste século tratará de “difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu”. Os cristãos genuínos, aqueles que servem a Cristo, são alvo das críticas dos que se opõem à Palavra de Deus. Nem mesmo os cidadãos dos céus são respeitados, se tornado alvo de chacotas. Por aquele tempo, ocorrerá, como no presente, peleja contra os santos, e mais angustiante, a predominância do império do mal (Ap. 12.7). Satanás nunca está satisfeito com aqueles que “guardam os mandamento de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap. 12.17). Mas a vitória do anticristo tem tempo determinado, pois João viu, ao final, “os vencedores da besta e da sua imagem” (Ap. 15.2), por causa do “sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap. 12.11).

CONCLUSÃO
Durante a Grande Tribulação, o anticristo, como acontece hoje, será adorado por muitos que habitam na terra (Ap. 13.8). Os adoradores da besta não terão seus nomes “escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap. 13.9). Esse mesmo livro da vida é referido em Ap. 21.27, os nomes encontrados ali terão acesso à Nova Jerusalém. Essa mensagem sobre o governo do anticristo deve servir de admoestação para que a igreja não se deixe controlar pelo engano. Portanto, “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap. 13.9).

BIBLIOGRAFIA
LADD, G. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980.
SILVA, S. P. Apocalipse versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.

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